Construindo o futuro com livros

Por Wanessa Oliveira

Crianças do Projeto Ler é bom demais

Acreditando que estimular a leitura na infância não é só um dever de sala de aula, como também de casa, educadores da Escola Construindo o Futuro, no município de Marechal Deodoro, trazem uma lição e um exemplo: a importância de ler não deve ser incentivada apenas entre a criançada, mas conduzida também aos pais.
“Não adianta recomendarmos livros, textos, poemas para nossos alunos, se quando chegam a suas casas, eles não são acompanhados e orientados ao hábito de ler. Nós decidimos então chamar os responsáveis frequentemente para mostrar as ações que são desenvolvidas dentro da escola e a importância de que sejam estendidas entre família”, explicou a diretora Margarida Judith Alves.
A educadora acredita que, para que a criançada querer ler, é preciso insistir em um ambiente onde os livros estejam sempre próximos. “Com a internet, muitos deixam os livros de lado e acabam por não valorizar grandes poetas e escritores. Torna-se então uma obrigação da escola resgatar esse universo da leitura”.
O ápice do projeto “Ler é Bom Demais” foi uma semana intensa de visitas à V Bienal Internacional dos Livros.  Cada dia da semana, um grupo de 45 alunos segue até o Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, para entender que as tímidas atividades que realizam dentro da escola do bairro de Taperaguá possuem uma extensão e uma profundidade muito maior do que imaginam.
“É muito legal ver que tem tantos livros de uma vez só aqui. Queria levar todos”, contou a estudante da 3° série Bárbara Kelly, de nove anos.  Bárbara diz que a história que mais gosta de ler é a de Chapeuzinho Vermelho. Já Laura Silva, que também tem nove anos e estuda na 4ª série, o livro preferido é a Abelhinha Brilhante. “Quando não tem nada para fazer, eu vou ler. Gosto muito. E os livros aqui são muito interessantes”, diz.
Margarida lembra que o cronograma de atividades já faz parte do calendário escolar desde o mês março deste ano. “Fizemos um trabalho em que pais e filhos deveriam fazer literatura em cordel com o tema da escola. Também apresentamos textos de Cecília Meirelles e fazemos os meninos recitarem poemas às meninas”.