A escola e a arte de mediar leituras

Cada vez mais, os educadores e bibliotecários precisam estar antenados com práticas de leitura que tenham como alcance a autonomia dos leitores e sua liberdade de expressão e criatividade. Com esse propósito, a oficina e roda de conversa A Escola e a Mediação de Leitura, uma promoção da Editora Mundo Leitura, reuniu mais de 20 participantes pertencentes a escolas e bibliotecas da Rede Municipal de Educação de Maceió, no dia 19 de outubro, no Museu Théo Brandão. As escritoras Claudia Lins e Simone Cavalcante conduziram o encontro, lançando ao grupo teorias e aplicando algumas dinâmicas originais.

Na roda de conversa, as escritoras-palestrantes abordaram seus temas, de modo a provocar nas educadoras e educadores o senso crítico para suas práticas de mediação de leitura na sala de aula. Como mediar leituras e dar conta da bibliodiversidade de temas e conteúdos do universo da literatura infantil e infantojuvenil? De que forma podemos explorar os livros em toda sua potencialidade, indo desde as múltiplas possibilidades da linguagem verbal aos diferentes sentidos da linguagem visual? Essas foram as questões principais que nortearam o bate-papo. O propósito foi o de atualizar os conhecimentos dos educadores/as sobre as práticas contemporâneas da mediação de livros para crianças no tocante à autoria, criação literária, seleção e mediação de livros.

As ministrantes mostraram as diferenças entre os gêneros, projetos gráficos, técnicas artísticas e tratamento de conteúdo. E depois, dividiram os participantes em grupos para a realização das dinâmicas. Diante de um acervo de livros voltados às faixas de idade da educação infantil e fundamental, os grupos foram desafiados a criar a escolher um livro e construir uma estratégia de mediação adequada à faixa de idade com a qual desejaria trabalhá-lo. O resultado final foi a criação de cinco estratégias de mediação que foram socializadas numa roda de discussão onde todos puderam emitir sua opinião, esclarecer dúvidas e fazer autocríticas. A oficina conseguiu motivar o sentido de empoderamento para a formulação de estratégias de mediação de leitura na sala de aula que explorem as potencialidades do livro, com estratégias que vão do brincar à pedagogia, mas respeitando a necessidade de liberdade da fruição literária.

No final do encontro, todos receberam, gratuitamente, um exemplar do livro A vez e a voz da literatura infantil – o que escrevem e pensam seus autores, fruto da cota das autoras de um projeto financiado pelo Ministério da Cultura (MINC). O livro reúne textos das autoras e de escritores da literatura infantil nacional.